Pão de Tijolo

 




Desenho de Sara


Para Isadora que fez pão hoje - ou foi bolo ou foi sopa de queijos e beijos 


Era uma vez um tijolo, ele era muito grande. Isso aconteceu porque uma menina, passando pela olaria viu o tijolo sozinho, ainda barro no fundo da fornalha que ainda não estava acesa. Ela ficou com pena porque ele estava lá embaixo sozinho , e parecia muito pequeno.











A pena tem dessas coisas, ela foi em casa e pegou um pouco de fermento, mais que um pouco e jogo sobre o tijolo que ficou empoeirado com o pó do fermento de pão que a menina pegou em sua casa. 

Passaram horas até que, por fim, puseram fogo na fornalha e os tijolos ficaram durinhos, menos aquele que cresceu o dobro, muitas vezes mais e ficou macio como um pão. Só que era imenso, tão grande e fofo que para tirar da fornalha não foi muito difícil. A vantagem de ser sem-fim de grandão e bem macio.

Ela o viu outro dia a ser encaixado na parede de um prédio em construção, precisaram de um guindaste para erguer aquele tijolo. O construtor ficou feliz porque o tijolo era imenso, moldável, flexível, gigantesco e macio. Ninguém soube o que aconteceu para existir um tijolo tão brilhante, bonito, grandão que, por fim, foi a novidade em todas as empresas que constroem prédios. Pretenderam tirar um pedaço dele, mas ninguém deixou.

Era um pão tijolo, um tijolo fermentado, um monstro bonito, o mais belo grandalhão da região, de todo lugar, nunca visto. O tijolo era sempre macio, suave, agradável de se encostar, e era anti barulho, anti chuva, anti água, anti frio, anti calor, ele era pós anti qualquer coisa jamais vista. Um sucesso, pesquisadores foram perguntar como foi construído aquele tijolo magnífico naquela olaria. O dono respondeu que foi o desenvolvimento de alta tecnologia que, por agora, não podia mais ser aplicado, roubaram a fórmula.

Se soubessem, se soubessem que a menina fez. Ninguém falou nada, os cientistas, repórteres e mestres de obra, engenheiros, pedreiros, doutores e especialistas calaram. Era um segredo. Mas, nós sabemos, e não vamos contar a ninguém mais. Segredo. Ninguém diria pãojolo tipão tijolão de pão. Ninguém iria acreditar mesmo.